Complicações

NA DOENÇA INFLAMATÓRIA DO INTESTINO

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Complicações na DII

As complicações na Doença Inflamatória do Intestino podem ser definidas como acontecimentos que agravam um facto simples. Numa doença não complicada o tratamento adequado da inflamação permite uma melhoria clínica. Desta forma, se ocorrer uma complicação, a melhoria é retardada. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Estas complicações não são de modo algum inevitáveis ou mesmo frequentes, sobretudo se se tratar de doentes devidamente tratados. No entanto, elas são suficientemente comuns e abrangem uma vasta série de manifestações, que os doentes e os médicos devem conhecer. De facto, a deteção atempada de uma complicação significa frequentemente um tratamento mais eficaz. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

As Complicações na Doença Inflamatória do Intestino são geralmente classificadas como locais ou sistémicas. O termo “local” refere-se a uma complicação que envolve o próprio trato intestinal. O termo “sistémicas” (ou extraintestinal), designa as complicações que envolvem outros órgãos ou que, não se circunscrevendo ao intestino, afetam o doente na generalidade. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

A tendência é para serem as Complicações na Doença Inflamatória do Intestino. contudo, por razões desconhecidas, no caso das crianças as manifestações extraintestinais ou sistémicas podem predominar ou mesmo mascarar os sintomas intestinais, tornando os diagnósticos ainda mais difíceis. Por isso, é importante vigiar de perto os jovens com problemas de crescimento, ou que se sentem doentes, têm febre e se queixam de mal-estar geral e fraqueza. Estas podem ser manifestações sistémicas da doença inflamatória intestinal. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Sim. Quando a doença inflamatória afeta as crianças e os adolescentes, o crescimento pode ser retardado ou pode haver um atraso no início da puberdade. É importante reconhecer se esta doença é responsável por esses problemas, já que geralmente o tratamento adequado permite atingir os padrões normais de crescimento e de maturação. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Depende da extensão e gravidade da doença. Se um segmento pequeno do intestino é tratado a tempo e de forma adequada, não haverá risco de subnutrição. Contudo, se a doença atingir grande parte do intestino durante um largo período de tempo, é possível que o doente esteja subnutrido em maior ou menor grau. No caso de os sinais de subnutrição serem evidentes, o tratamento médico deverá incidir na subnutrição de nutrientes. Por exemplo, é possível fornecer vitamina B12 através de injeções, e o ferro através de pastilhas, de forma líquida, ou também de injeções. Os suplementos nutritivos podem ser tomados em forma de soluções nutrientes concentradas. Aos doentes hospitalizados podem ser dados líquidos via endovenosa, às vezes em forma de nutrição parental total (TPN), que fornece todos os nutrientes. No entanto, é por vezes necessário um tratamento cirúrgico da inflamação. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Uma fístula é uma passagem anormal de uma ansa do intestino para outra estrutura: outra ansa do intestino, para a bexiga, a vagina, ou a pele. As fístulas são relativamente comuns na Doença de Crohn porque o processo inflamatório envolve frequentemente toda a espessura do intestino; por isso, facilita a adesão dessa ansa a uma estrutura vizinha. Deste modo, pode desenvolver-se uma pequena passagem através de toda a espessura do intestino para essa estrutura adjacente. Se a fístula for pequena, o tratamento médico poderá ser suficiente para a cicatrizar e fechar. As fístulas maiores ou múltiplas podem necessitar de cirurgia se estiverem associadas a sintomas que não podem ser tratados, como a febre ou as dores abdominais. Se a fístula não drenar para uma estrutura vizinha, pode formar um abcesso (criação de pus) perto do intestino. Um abcesso é uma infeção que deve ser drenado com um cateter, introduzido através da pele por um radiologista, ou um dreno inserido durante um processo cirúrgico. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Os doentes com obstrução intestinal sofrem cólicas abdominais intensas, frequentemente acompanhadas por vómitos. Em consequência, o abdómen pode ficar dilatado. O tratamento médico atenua frequentemente a obstrução ao reduzir a inflamação local. Se a obstrução for grave a refratária a terapia médica, ou se a obstrução recorrer a intervalos frequentes, poderá ser necessária a cirurgia. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

 

Muito do que atrás se tem dito aplica-se tanto à Doença de Crohn como à Colite Ulcerosa. Contudo, existem duas complicações locais que ocorrem unicamente na Doença de Crohn: a obstrução e as fístulas. Entre as complicações extraintestinais, conta-se a subnutrição, pois, ao contrário da Colite Ulcerosa, a Doença de Crohn pode envolver o intestino delgado. Quando afeta o íleo, a Doença de Crohn pode apresentar mais casos de doentes com cálculos biliares e renais do que a população em geral. Nestas situações o íleo não absorve os sais biliares, que são necessários para a solubilidade do colesterol na bílis. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Nos doentes com Colite Ulcerosa que envolve apenas o reto e o cólon sigmoide, o risco de cancro do cólon não é superior ao da restante população. Contudo, se a Colite Ulcerosa envolver não apenas estes segmentos, mas também o resto do cólon, há uma maior probabilidade de desenvolvimento de um cancro, em comparação com a população normal. Este risco raramente começa antes de oito anos de duração da doença. Por consequência, a vigilância periódica, através de colonoscopia com biopsias, é geralmente recomendada na Colite Ulcerosa após sete anos de duração da doença. Na Doença de Crohn que envolve o cólon, também há um risco maior de cancro. Em que medida esse risco é equivalente ao da Colite Ulcerosa ainda não se sabe. No entanto, é de realçar que o aumento do risco é ainda relativamente baixo tanto na Colite Ulcerosa como na Doença de Crohn. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

 

 

A doença inflamatória intestinal pode provocar alguns problemas graves no fígado e no canal biliar. No caso do fígado, poderá ocorrer uma inflamação ativa, que geralmente diminui quando a doença inflamatória intestinal é adequadamente tratada. O canal biliar, pelo contrário, pode desenvolver uma forma própria de inflamação, a colangite esclerosante, que nem sempre melhora com o tratamento para a doença inflamatória intestinal. É mesmo possível surgir o cancro do canal biliar, ainda que muito raramente. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Uma pequena percentagem dos doentes sofre de uveíte, uma inflamação dolorosa dos olhos. Esta complicação geralmente melhora quando a doença inflamatória intestinal está controlada. No entanto, qualquer inflamação dos olhos deve ser sempre observada por um médico. (fonte: brochura “Complicações na DII”.

Um dos problemas de pele é o eritema nodoso (nódulos vermelhos). Estes nódulos vermelhos moles geralmente ocorrem por cima da pele ou tornozelos e melhoram quando a doença do intestino está controlada. A pyoderma gangrenosum é uma úlcera purulenta crónica, profunda, localizada na pele, especialmente nas pernas. Pode cicatrizar assim que a doença inflamatória intestinal seja controlada. Um terceiro problema é o da inflamação do revestimento da boca, designada como estomatite aftosa. Consiste em ulcerações superficiais dentro da boca (mais frequentemente entre as gengivas e o lábio inferior ou nos lados da língua ou base desta), que geralmente diminuem assim que a doença inflamatória intestinal esteja controlada. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

As articulações distais (dedos, mãos, pés, tornozelos e joelhos) são as mais frequentes, mas alguns doentes também têm artrite na coluna e nas articulações sacroilíacas. A espondilite anquilosante, uma artrite axial mais grave, é uma complicação rara. Nem sempre é fácil detetar-se se a artrite está relacionada com a doença do intestino. Em geral, a artrite que complica a doença inflamatória intestinal não é tão grave como a artrite reumatoide, e as articulações geralmente não estão sujeitas a deformações. A espondilite anquilosante e a artrite associada à doença inflamatória intestinal geralmente melhoram quando melhoram os sintomas intestinais. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

A causa não é conhecida, mas acredita-se que todas estas manifestações representam perturbações no sistema imunológico (isto é, o sistema de defesa do corpo contra o processo inflamatório ou contra substâncias anormais do metabolismo intestinal). (fonte: brochura “Complicações na DII”)

As complicações sistémicas incluem febre, fraqueza e perda de apetite. Uma pequena percentagem de doentes com a doença inflamatória intestinal sofre de certo tipo de artrites, problemas de pele, inflamação dos olhos e disfunção do fígado. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Um grau moderado de dilatação abdominal é comum em indivíduos com alguma doença intestinal e é de alguma forma mais comum em doentes com Colite Ulcerosa. Se a dilatação for grave ou repentina e estiver associada a febre e obstipação, deve suspeitar-se de uma complicação grave de colite – o chamado megacólon tóxico.

Felizmente, esta é uma complicação rara. O megacólon tóxico é provocado por uma inflamação grave de toda a espessura do cólon, bem como pelo enfraquecimento e dilatação da sua parede. Podemos comparar esta situação à de um pneu muito gasto e ameaçando rutura. O tratamento procura controlar a reação inflamatória e reparar a perda de líquidos, de sal e de sangue. No entanto, se não se verificar uma rápida melhoria, pode ser necessário recorrer à cirurgia para evitar a rutura do intestino. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

As Complicações na Doença Inflamatória do Intestino locais da Colite Ulcerosa incluem a hemorragia abundante com ulceração profunda, a perfuração (ou rutura) do intestino, a dilatação acentuada (designada megacólon tóxico, nos casos mais graves), ou simplesmente a incapacidade do doente para responder adequadamente ao tratamento médico. (fonte: brochura “Complicações na DII”)

Geralmente sim, como qualquer doença grave pode afetar qualquer pessoa, mas os jovens estão menos aptos para lidar com um problema deste tipo. Este é um assunto complexo, que será futuramente abordado em pormenor numa outra brochura. (fonte: brochura “Complicações na DII”)